• Motoristas mulheres se destacam no transporte coletivo

    19/11/2012 Categoria: Por dentro da Rede

    Flávia Gondim e Elidiane da Silva são exemplos de mulheres que superam preconceito e fazem bonito na profissão. “Formei em direito, mas minha paixão é ser motorista”, diz Flávia.

    Flávia Gondim, 36, dirige Citybus há três anos. “Dirijo por paixão”

    Você já se deparou com alguma mulher dirigindo ônibus pela cidade? Saiba que há motoristas mulheres no transporte coletivo. São exemplos raros na profissão, atualmente há 12 em um universo de 2.854 motoristas homens, mas elas mostram que a direção de ônibus e Citybus também pode ser lugar para mulher.


    Flávia Azevedo Gondim, 36, dirige Citybus há três anos e conta que já enfrentou desafios por escolher esta profissão. Graduada em Direito, ela revela que dirigir é a sua verdadeira paixão. “Fiz Direito porque acho que é importante ter um curso superior, mas gosto mesmo é de dirigir. Não gosto muito de dirigir carros, minha paixão mesmo é dirigir ônibus. Acho perfeito, é uma sensação ótima”, afirma.

    Um dos primeiros desafios de Flávia foi a falta de experiência. Ela conta que não tinha trabalhado neste ramo antes e que batalhou para conseguir a vaga. “Tive sorte de conseguir este trabalho. Queria muito conseguir, passei pelos treinamentos específicos e deu certo”, relembra. Depois que começou a rodar no Citybus, ela lembra que houve casos de pessoas que estranharam o fato dela estar ao volante. “Até as mulheres acharam estranho ter uma mulher na direção. Já teve caso em que um passageiro não quis entrar no ônibus simplesmente porque tinha uma mulher na direção”, conta.

    Preconceitos à parte, Flávia leva a história com bom humor e diz que os que estranhavam uma mulher na direção, percebiam que ela era boa motorista. “Também aconteceram casos engraçados. Um dia, um turista da Bahia que estava de passagem por Goiânia, até pediu para tirar fotos minhas dirigindo para mostrar para o pessoal na sua cidade. Ele achou muito inusitado”, ri.

    Elidiane Alves da Silva é outro exemplo de mulher que trabalha como motorista de ônibus há um ano. Assim como Flávia, ela conta que não trocaria a profissão por nada. “Gosto do que faço. Com esse trabalho, consigo ficar mais tempo com os meus filhos”, conta. Elidiane tem dois filhos, de 3 e 8 anos.

    Ela afirma que já sofreu preconceito por conta da profissão, mas que os elogios são mais frequentes. “Todos os dias as pessoas se surpreendem quando vêem uma mulher na direção. Mas, na maioria das vezes, eles elogiam e dizem que eu sou uma ótima motorista”, conta.

    Exemplos como o da Flávia e Elidiane mostram que o chavão que homem dirige melhor do que mulher não condiz com a realidade. Pelos exemplos, percebe-se que elas se esforçam tanto quanto os homens ao optar por essa profissão. “Isso não existe, passamos pelo mesmo teste, somos todos profissionais”, afirma Elidiane.

    Flávia Gondim: paixão pelo trabalho