• Após acordo, indicativo de greve é suspenso

    29/06/2023 Categoria: Artigos

    Em reunião na sede do TRT da 18ª região na tarde desta quarta-feira, 28 de junho, empresas do transporte coletivo de Goiânia e região metropolitana e lideranças do sindicato dos trabalhadores chegaram a um acordo e a ameaça de greve foi suspensa.

    A proposta apresentada pelas empresas foi aceita pelos trabalhadores do transporte coletivo. Empresas e trabalhadores fizeram concessões, num acordo maduro que vai manter a prestação de serviço na RMTC. O presidente do SET reforça a importância de reconhecer o esforço que as empresas estão fazendo na busca do consenso para não ter uma interrupção do serviço. Neste sentido, foi aceito pelo Sindicoletivo o reajuste de 9,5% a partir de 1 de março e mais 1,5% a partir de setembro.

    “O resultado final foi positivo para todos, especialmente para a população de Goiânia e das cidades que compõem a região metropolitana, para que não houvesse paralisação de serviço. O que se buscou tanto por parte do sindicato das empresas como pelo sindicato dos trabalhadores foi uma solução que evitasse a paralisação do serviço, tendo em vista que é extremamente penoso não só para quem é o usuário do transporte mas para toda a população. Esse foi o foco e entendo que todo mundo saiu contente dessa negociação na medida em que a gente conseguiu que não houvesse essa paralisação”, ressalta Adriano Oliveira, presidente do SET.

    A sessão foi conduzida pelo Desembargador do TRT 18ª região, Eugênio José Cesário Rosa.

    NOTA SET – Reunião TRT

  • RedeMob Consórcio repassa braçais para o Batalhão de Terminal

    13/02/2023 Categoria: Artigos

    Em mais uma ação de valorização de parceria, o RedeMob Consórcio repassou 100 braçais aos policiais que integram o Batalhão de Terminal, da Polícia Militar de Goiás. O item é um acessório de identificação especial e valorização da imagem desta Unidade Especializada.

    O Consórcio esteve representado pelo diretor de Transportes, Cézane Eduardo de Siqueira, pelo gerente de Segurança, Sandro Guimarães Santos, e pela gerente de Infraestrutura, Fabiane Alves Mizael. Pelo Batalhão de Terminal, marcaram presença o Capitão Ricardo Junqueira Dourado, o Tenente-Coronel Alex e o Soldado Frederick.

    Criado em 2018 pelo Governo de Goiás, o Batalhão de Terminal é um grupamento especializado no patrulhamento ostensivo dos terminais da Rede Metropolitana de Transportes Coletivos (RMTC), com mais de 140 policiais dedicados a este patrulhamento. Desde a atuação dos policiais, o número de ocorrências criminais em terminais está em queda.

  • Meia Tarifa no Terminal Maranata começa neste sábado dia 28/01.

    28/01/2023 Categoria: Artigos

    Passagem passará a custar R$ 2,15 em linhas de curta distância

    O transporte público coletivo de Goiânia e região metropolitana continua dando passos rumo à evolução, modernização e maior acessibilidade da população ao serviço.
    A Meia Tarifa a partir do dia 28 de janeiro, começa a ser implantada no Terminal Maranata. Trata-se de um benefício social no valor de R$ 2,15 destinado à população usuária das linhas alimentadoras (570, 571 e 576).
    Antes, os moradores de Aparecida, pagavam R$ 4,30 para utilizar o sistema de transporte público dentro da própria cidade. Agora, o valor a ser pago será apenas de R$ 2,15 para circular internamente. Nesta primeira etapa são três linhas beneficiadas na implantação da Meia Tarifa no Terminal Maranata.

    Linhas beneficiadas com meia tarifa no Terminal Maranata:

    570 – Terminal Maranata / Madre Germana I
    571 – Terminal Maranata / Madre Germana II
    576 – Terminal Maranata / Jardim dos Ipês

    Mudança no embarque

    Com a Meia Tarifa, a partir de agora o Terminal Maranata será aberto, ou seja, não terá mais linhas de bloqueio e nem catracas para acessá-lo. Assim, as validações para quem for acessar o segundo trecho da viagem passam a ser feitas dentro dos ônibus e os embarques deverão ser realizados pela porta da frente.
    Para embarque nas linhas de Eixo (003 e 613) no Terminal Maranata com destino a Goiânia, o acesso ao ônibus será feito por meio de pagamento pré-embarque e acesso a área própria segregada. Ou seja, os embarques dos ônibus nessas linhas não mudarão para a porta dianteira e sim continuarão pela porta traseira.
    Os embarques feitos pela porta dianteira dos veículos dentro do Terminal Maranata, de um lado garantem o pagamento da tarifa básica integral (R$ 4,30) para viagens de longa de distância e de outro, possibilitam a implantação da “Meia Tarifa” (R$ 2,15) para viagens de curta distância.
    Este modelo de atendimento traz uma mudança de cultura, de uso do terminal, já implantado em várias cidades do país, a exemplo da cidade de São Paulo e sua região metropolitana.

    Como vai funcionar

    Qualquer pessoa de Aparecida que embarcar em alguma das três linhas alimentadoras no Terminal Maranata pagará apenas R$ 2,15 para circular dentro da própria cidade, sendo efetivamente contemplado com o benefício da Meia Tarifa. Caso ele precise ir até o terminal para fazer a integração em outra linha que não faça parte das três linhas contempladas com a Meia Tarifa, ele vai acessar diretamente o ônibus e nele fazer a validação do seu cartão. Neste momento, será debitado outros R$ 2,15 de complemento para seguir a viagem. Veja alguns exemplos a seguir:

    1º Exemplo

    Saindo do Residencial Quinta da Boa Vista, em Aparecida de Goiânia, indo até o Setor Madre Germana l.

    ● Embarque no ponto 8156 (R$ 2,15), até o Madre Germana I.

    2º Exemplo

    Saindo do Madre Germana ll em Goiânia, indo até a Unimed Central no St. Bueno, em Goiânia.

    ● 1º Embarque no ponto 2565 (R$ 2,15), até o Terminal Maranata.
    ● 2º Embarque no Terminal Maranata (R$ 2,15), até o Setor Bueno, em Goiânia.

    3º Exemplo

    Saindo da Unimed Central em Goiânia, indo até o Madre Germana II, em Goiânia.

    ● 1º Embarque no ponto 12 (R$ 4,30), até o Terminal Maranata.
    ● 2º Embarque no Terminal Maranata (R$ 0,00), até o Madre Germana II, em Goiânia.

    Meia Tarifa – Perguntas e Respostas

    1. O que é a meia tarifa?
      A meia tarifa é um benefício social no valor de R$ 2,15 destinado à população usuária de linhas alimentadoras do transporte público coletivo de municípios da região metropolitana de Goiânia.
    2. A partir de quando será implantado no Terminal Maranata?
      O benefício começará a ser válido a partir do dia 28 de janeiro de 2023. Nesta primeira etapa serão três linhas beneficiadas com o Meia Tarifa.
    3. Quem poderá ter acesso ao novo benefício?
      Os moradores de Aparecida ou quaisquer pessoas que usarem as linhas: 570, 571 e 576.
    4. Como funciona?
      Antes, os moradores de Aparecida pagavam R$ 4,30 para utilizar o sistema de transporte público dentro da própria cidade. Agora, o valor a ser pago será de apenas R$ 2,15 para circular internamente.
    5. Dê um exemplo:
      Qualquer morador de Aparecida que embarcar em alguma das linhas alimentadoras (570, 571 e 576) pagará apenas R$ 2,15 para circular dentro da própria cidade, sendo efetivamente contemplado com o benefício da Meia Tarifa. Caso ele precise ir até o terminal ou ponto de ônibus para fazer a integração, pegar uma outra linha que não faça parte das linhas contempladas com a Meia Tarifa, ele vai acessar diretamente pela porta dianteira do ônibus e, nele, fazer a validação do seu cartão Bilhete Único. Neste momento, será debitado outros R$ 2,15 de complemento para seguir a viagem.
    6. Quais serão as mudanças no Terminal Maranata?
      A partir de agora, o Terminal Maranata será aberto, ou seja, não terá mais linhas de bloqueio e nem catracas para acessá-lo. Deste modo, as validações passam a ser feitas dentro dos ônibus e os embarques deverão ser realizados pela porta da frente. Para embarque nas linhas de Eixo (003 e 613) com destino a Goiânia, o acesso ao ônibus será feito por meio de pagamento pré-embarque e acesso a área própria segregada. Ou seja, os embarques dos ônibus nessas linhas não mudarão para a porta dianteira e sim continuarão pela porta traseira.
    7. Na integração, com o embarque feito pela porta da frente do ônibus, como será o embarque?
      O embarque passa a ser semelhante ao embarque em qualquer ponto de ônibus. Com o novo embarque a ser feito pela porta da frente dos ônibus, é importante que as pessoas respeitem a ordem de chegada, a formação da fila para o embarque e que também tenham em mãos seu cartão Bilhete Único.
    8. Qual é o objetivo da meia tarifa?
      Proporcionar a manutenção da evolução, modernização e maior acessibilidade da população ao serviço de transporte público coletivo de Goiânia e região metropolitana. As mudanças começaram com a implantação do Cartão de Crédito/Débito, Bilhete Único e do Passe Livre do Trabalhador.
    9. Será o fim dos terminais?
      Este modelo de atendimento traz uma mudança de cultura, de uso do terminal, semelhante ao que já existe implantado em várias cidades do país, a exemplo da cidade de São Paulo e sua região metropolitana.
    10. E como fica o uso do Bilhete Único diante da meia tarifa?
      O Bilhete Único será utilizado para que o usuário pague a Meia Tarifa local (faça suas viagens internas), assim como para viabilizar, quando for o caso, o acesso ao segundo trecho e pagamento da segunda Meia Tarifa. O passageiro ainda poderá usar o Bilhete Único como benefício para mais viagens gratuitas, por um período de até 2h30, contando a partir da sua primeira validação – sua origem.
    11. Como fica o uso do Passe Livre Estudantil diante da Meia Tarifa?
      Nas linhas beneficiadas com a implantação da Meia Tarifa no Terminal Maranata, os estudantes que possuem direito ao Passe Livre Estudantil terão uma integração durante o intervalo de 2h30, e, com isso, terão seus benefícios preservados.
  • Bilhete Meia Tarifa em Senador Canedo

    16/09/2022 Categoria: Artigos

    O transporte público coletivo de Goiânia e região metropolitana continua dando passos rumo à evolução, modernização e maior acessibilidade da população ao serviço.

    Começa a ser implantado, a partir do próximo sábado, dia 17 de setembro, o Bilhete Meia Tarifa, um benefício social no valor de R$ 2,15 destinado, nesta primeira etapa, à população usuária de sete linhas alimentadoras de Senador Canedo.

    Antes, os moradores de Senador Canedo, pagavam R$ 4,30 para utilizar o sistema de transporte público dentro da própria cidade. Agora, o valor a ser pago será de R$ 2,15 para circular internamente. Serão sete linhas beneficiadas nesta primeira fase de implantação da Meia Tarifa (327, 328, 329, 331, 335, 336 e 337).

    Mudança no embarque

    A partir de agora o terminal Senador Canedo será aberto, ou seja, não terá mais linhas de bloqueio e nem catracas para acessa-lo. Assim, as validações para quem for acessar o segundo trecho da viagem passam a ser feitas dentro dos ônibus e os embarques deverão ser realizados pela porta da frente. Os locais de embarques e desembarques no terminal permanecem os mesmos.

    Os embarques feitos pela porta dianteira dos veículos dentro do terminal Senador Canedo, de um lado garantem o pagamento da tarifa básica integral (R$ 4,30) para viagens de longa de distância e de outro, possibilitam a implantação da “Meia Tarifa” (R$ 2,15) para viagens de curta distância. Se não implantasse o segundo embarque pela porta da frente dos veículos no terminal, todos passageiros viajariam pagando apenas R$ 2,15, inclusive nas viagens de longa distância.

    Este modelo de atendimento traz uma mudança de cultura, de uso do terminal, já implantado em várias cidades do país, a exemplo da cidade de São Paulo e sua região metropolitana.

    Como vai funcionar

    Qualquer pessoa em de Senador Canedo que embarcar em alguma das sete linhas alimentadoras pagará apenas R$ 2,15 para circular dentro da própria cidade, sendo efetivamente contemplado com o benefício da Meia Tarifa. Caso ele precise ir até o terminal para fazer a integração, pegar uma outra linha que sai do terminal e que não faça parte das sete linhas contempladas com a Meia Tarifa, ele vai acessar diretamente o ônibus e nele fazer a validação do seu cartão. Neste momento, será debitado outros R$ 2,15 de complemento para seguir a viagem.

    Veja alguns exemplos no post.

    Perguntas e Respostas

    1. O que é a meia tarifa?
    A meia tarifa é um benefício social no valor de R$ 2,15 destinado, nesta primeira etapa, à população usuária de linhas alimentadoras do transporte público coletivo de municípios da região metropolitana de Goiânia).

    2. A partir de quando será implantada?
    O benefício começará a ser válido a partir do dia 17 de setembro de 2022, no município de Senador Canedo, que será o primeiro a ser contemplado nesta primeira etapa. Serão sete linhas beneficiadas nesta primeira fase de implantação da Meia Tarifa.

    3. Quem poderá ter acesso ao novo benefício?
    Inicialmente, os moradores de Senador Canedo ou quaisquer pessoas que usarem as linhas internas: 327, 328, 329, 331, 335, 336, 337.

    4. Como funciona?
    Antes, os moradores de Senador Canedo pagavam R$ 4,30 para utilizar o sistema de transporte público dentro da própria cidade. Agora, o valor a ser pago será de R$ 2,15 para circular internamente.

    5. Dê um exemplo:
    Qualquer morador de Senador Canedo que embarcar em alguma das sete linhas alimentadoras pagará apenas R$ 2,15 para circular dentro da própria cidade, sendo efetivamente contemplado com o benefício da Meia Tarifa. Caso ele precise ir até o terminal ou ponto de ônibus para fazer a integração, pegar uma outra linha que não faça parte das sete linhas contempladas com a Meia Tarifa, ele vai acessar diretamente o ônibus e, nele, fazer a validação do seu cartão. Neste momento, será debitado outros R$ 2,15 de complemento para seguir a viagem.

    6. Quais serão as mudanças no terminal Senador Canedo?
    A partir de agora, o terminal Senador Canedo será aberto, ou seja, não terá mais linhas de bloqueio e nem catracas para acessá-lo. Deste modo, as validações para quem for acessar o segundo trecho da viagem passam a ser feitas dentro dos ônibus e os embarques deverão ser realizados pela porta da frente. Os locais de embarques e desembarques no terminal permanecem os mesmos.

    7. E para utilizar o transporte público para sair de Senador Canedo com destino a outras cidades, como Goiânia, por exemplo, como será o embarque?
    Os embarques feitos pela porta dianteira dos veículos dentro do terminal Senador Canedo garantem o pagamento de tarifa básica integral (R$ 4,30) para viagens de longa de distância. Caso o segundo embarque pela porta da frente dos veículos no terminal não fosse implantado, todos os passageiros viajariam pagando apenas R$ 2,15, inclusive nas viagens de longa distância.

    8. Na integração, com o embarque feito pela porta da frente do ônibus, como será o embarque?
    O embarque passa a ser semelhante ao embarque em qualquer ponto de ônibus. Com o novo embarque a ser feito pela porta da frente dos veículos, é importante que as pessoas respeitem a ordem de chegada, a formação da fila para o embarque e que também tenham em mãos seu cartão Bilhete Único.

    9. Qual é o objetivo da meia tarifa?
    Proporcionar a manutenção da evolução, modernização e maior acessibilidade da população ao serviço de transporte público coletivo de Goiânia e região metropolitana. As mudanças começaram com a implantação do Cartão de Crédito/Débito, Bilhete Único e do Passe Livre do Trabalhador.

    10. Será o fim dos terminais?
    Este modelo de atendimento traz uma mudança de cultura, de uso do terminal, semelhante ao que já existe implantado em várias cidades do país, a exemplo da cidade de São Paulo e sua região metropolitana.

    11. E como fica o uso do Bilhete Único diante da meia tarifa?
    O Bilhete Único será utilizado para que o usuário pague a Meia Tarifa local (faça suas viagens internas), assim como para viabilizar, quando for o caso, o acesso ao segundo trecho e pagamento da segunda meia tarifa. O passageiro ainda poderá usar o Bilhete Único como benefício para mais viagens gratuitas, por um período de até 2h30, contando a partir da sua primeira validação – sua origem.

  • Mobilidade em debate: soluções para Goiânia são possíveis e devem envolver toda a sociedade

    31/08/2021 Categoria: Artigos

    Especialistas apontam alternativas e mudanças a serem implementadas a curto prazo na Capital, com baixos investimentos e que impactariam com qualidade o transporte coletivo e rotina da população 

    A participação efetiva e determinada da sociedade, junto com as iniciativas privada e pública, é indispensável para que Goiânia avance em mobilidade urbana, ainda mais quando se trata de pós-pandemia. Repensar a cidade junto a pesquisadores e estudiosos do meio, que estudam e acompanham em tempo real os principais obstáculos enfrentados, dar transparência aos dados do serviço e implantar um conjunto de soluções que podem, inclusive a curto prazo, tornar o transporte público mais atrativo, estão entre as propostas apontadas e discutidas hoje por especialistas em coletiva de imprensa online. 

    A mobilidade urbana, para a professora da Universidade Federal de Goiás (UFG), Poliana Leite, que também é doutoranda em Urbanismo pela Universidade de Brasília (UnB), deveria ter tema central dos programas de governo das próximas eleições, pois ela não influencia apenas nos deslocamentos, e sim influencia outros pontos, como políticas públicas. “Focar em mobilidade não é fazer infraestrutura para transportes mobilizados, que está relacionada a grandes obras e nem inclui criar faixas exclusivas para carros e ônibus. É além disso, é criar ambientes agradáveis que, com certeza, serão ocupados pelas pessoas, seja para caminhar, andar de bicicleta, criar e disponibilizar ambientes que ajudam em outras situações. Para caminhar, por exemplo, é preciso reduzir velocidade, pois assim se reduz os índices de acidentes, mais pessoas caminhando nas ruas traz maior sensação de segurança”, destaca.  

    Para Poliana, vários aspectos que envolvem o financiamento do transporte público precisam de melhoria, mas que estão longe de mais taxações e de fornecer subsídios. “O que resolve é todos se unirem para resolver a questão”, observa, ao citar como exemplo o Japão, que possui uma operadora do transporte local que também detém outros negócios, cujas receitas são investidas no transporte público. 

    Doutora em Transportes/UnB, Érika Kneib, que também é professora da UFG, lembra que, até 2019, período pré-Covid-19, a mobilidade já estava em crise e considerada por muitos como insustentável. “A pandemia chegou e escancarou os problemas urbanos. Com a mobilidade não foi diferente. O transporte passou a ser uma situação mais prejudicada e sofreu uma queda de demanda superior a 40% nas grandes cidades, chegando a 48% em Goiânia. Será que estamos em crise ou passamos a viver em um colapso? Como os custos da maioria do serviço no país são remunerados basicamente pela tarifa pagante, não sei como os sistemas continuaram em funcionamento. Essa parcela da população que deixou de se deslocar não voltará para o transporte público, pois essas viagens se voltaram para uso de motocicletas e carros”, analisa. 

    Para ela, a crise passou e o colapso ronda o transporte público: deslocamentos maiores, trânsito mais intenso e mais congestionamentos, entre outros pontos. “Nunca foi tão urgente e necessário falar de mobilidade. É algo complexo, não existe 1 única solução e não é simples. Pressupõe-se muito planejamento, trabalho, atitude, ação pública e conjunto de medidas complexas”, observa. 

    Érika aponta 4 soluções que poderiam ajudar a melhorar a mobilidade em Goiânia: 

    1. Priorização de pedestres e ciclistas: ainda é pouco implementado e pouco efetivado, apesar de ser uma premissa legal da Política Nacional de Mobilidade Urbana; 
    2. Valorização do transporte público: infraestrutura e financiamento são dois pontos principais do serviço e que auxiliariam a atrair usuários que deixaram de usar o serviço na pandemia. No entanto, resolver apenas os dois pontos não resolveria todo o problema, mesmo também sendo uma premissa legal; 
    3. Mobilidade é diferente de transporte. Para resolver mobilidade, 50% do problema está focado no sistema de transporte e a outra metade no ordenamento de território; 
    4. Desincentivar o uso exagerado de automóvel: é quase um freio, um obstáculo a ser solucionado para que as outras políticas sejam efetivadas com qualidade. 

    Uma das soluções a curto prazo para melhorar a mobilidade em Goiânia no pós-pandemia seria a abertura de espaços na cidade para pedestres e ciclistas, uma ação baseada em experiências internacionais que deram certo, demandam baixos investimentos e são simples para implementação. “Isso geraria uma nova oportunidade de deslocamento com qualidade que até hoje não se tinha, como espaços antes destinados para carros, inclusive vias arteriais importantes, e ainda desafogaria o transporte público nos horários de pico. São grandes intervenções a baixo custo e curto prazo para termos uma Goiânia diferente daqui dois, três meses”, detalha. 

    Agravamento 

    Economista, doutor em Transporte e professor do Instituto Federal de Goiás (IFG), Adriano Paranaíba aponta que a situação do transporte urbano de Goiânia já era precária e ultrapassada antes da chegada do coronavírus.  “O serviço foi deixado de lado antes mesmo da pandemia, que veio para desnudar um problema já existente e apontou outros ainda mais complexos”, alerta. 

    Ele cita o caso do sistema de transporte público de Nova Iorque, que enfrentou uma redução de 50% no volume de passageiros e, hoje, o país avalia se o serviço vai voltar a existir, enquanto o Brasil estuda um modo de resgatar esses usuários. “Estamos enfrentando um problema histórico importante de Goiânia, que já foi, assim como Curitiba, um centro de soluções e de modelo para o restante do país. O sistema deixou de ser atualizado e foi se perdendo. E apenas baseado em tarifas não funciona. As soluções apontadas hoje não são aplicáveis, pois envolvem também uma questão de espaço físico da cidade. Transporte é uma atividade meio, não atividade essencial”, pondera.  

    A solução para uma cidade sustentável, aponta Adriano, seria incentivar o usuário do carro a fazer trechos do seu percurso com outro modal, como bicicleta, transporte coletivo, patinete ou até mesmo a pé. Para isso, é preciso o compartilhamento de informações públicas, urbanísticas, do transporte e econômicas, entre outras, que auxiliariam a abertura de negócios inovadores voltados para isso, como estacionamento para o usuário deixar o carro e seguir o restante do trajeto de outra forma, como uma estação de bicicleta. “Assim, a comunicação concentraria o foco no incentivo a estes recursos.  

    Advogada e mestre em Economia, Desirée Peñalba ressalta ainda que a mobilidade enfrenta a existência de problemas com lobbys e de servidores que são escalados para ocupar funções e que não detêm conhecimento ou contatos com especialistas que estudem e apontem soluções para este setor. “É preciso buscar essa interface entre iniciativa pública e privada. Não tem como mais ignorar mentoria e tecnologia. É possível mudar esse quadro, mas temos muita gente para decidir por nós e que não assumem esse papel importante”, aponta. “A mudança não acontece de forma fácil. Às vezes exige mais coragem, determinação e insistência. Sem isso, não vamos conseguir sair do atual cenário e chegar até a situação desejada para a mobilidade”, completa. 

    “A mobilidade não é um problema do outro. É nosso, é de cada um. O transporte é apenas um meio que nós acessamos para alcançar nossos desejos, nossos sonhos.” Assim define o mestre em Transportes, Miguel Angelo, ao ressaltar o transporte precisa ter a participação do público que o envolve, tanto na questão de financiamento quanto em infraestrutura, como abrigos, ciclovias, calçadas, estacionamento. E isso envolve, frisa, compreender os stakeholders e entender melhor as relações. “Goiânia não possui a infraestrutura adequada e a tecnologia ainda não é sentida pelo usuário final. Ele quer é tempo. A tecnologia empregada não atende à sua necessidade básica, que é não ficar parado no trânsito”, compara. 

    Para Miguel, é preciso uma discussão e entendimento do que é transporte e o que é mobilidade. “Enquanto não conseguirmos alterar a compreensão de que é um problema de todos nós, vamos ficar sempre parados em questões pequenas, como criação de corredores e alternativas para esta região. E só. Acima de tudo, existe a necessidade de buscar uma cidade para todos, atendendo às necessidades de cada um e da melhor forma”, completa. 

    Os especialistas seguem à disposição da imprensa para discutir assuntos referente à mobilidade.

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