• Empresas de ônibus dizem que acumularam prejuízos de R$ 1 bilhão neste ano por causa do aumento de 11% no diesel entre janeiro e maio

    21/05/2018 Categoria: Tarifa

    Viações querem tratamento diferenciado para o peço do combustível usado para o transporte público e falam em colapso

    ADAMO BAZANI

    A NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, que reúne em torno de 500 empresas de ônibus em todo o País, divulgou nesta sexta-feira, 18 de maio de 2018, nota dizendo que entre janeiro e meados de maio deste ano já acumula perdas de em torno de R$ 1 bilhão por causa dos aumentos consecutivos do preço do óleo diesel.

    Segundo a entidade, com base em dados da própria Petrobrás, o combustível teve aumento médio de 11% de janeiro a maio deste ano, onze vezes acima da inflação do período.

    A representação dos empresários já pediu um encontro com membros da Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda para sugerir um regime de preços diferenciado para o diesel dos ônibus, já que o transporte coletivo é um direito social e aumentos emergenciais de tarifas ou redução dos serviços por causa dos custos maiores de operação podem interferir diretamente na população em geral, especialmente entre as pessoas de menor renda.

    O presidente executivo da NTU, Otávio Cunha, disse na nota que as empresas de ônibus já estão com dificuldades para comprar óleo diesel, cujo impacto, em média no País, é de 23% dos custos do setor, ficando atrás apenas de mão-de-obra, que representa em torno de 40% dos gastos das viações.

    O dirigente disse ainda que uma das grandes dificuldades é que, diferentemente de outros setores, que podem repassar os preços aos consumidores, mesmo que parcialmente, toda a vez que há aumento dos custos, as viações trabalham com tarifas reguladas que só podem ser reajustadas uma vez por ano, na maior parte dos sistemas brasileiros.

    “Somos um setor regulado, com reajustes anuais nos contratos, e agora, temos que arcar com os custos desses aumentos, que têm sido diários” – disse Octávio Cunha.

    Ainda com base nos dados da Petrobrás, a NTU argumenta que nos últimos 45 dias, de 4 de abril a 18 de maio, houve reajuste de 25,42% do diesel nas refinarias, o que ainda deve ser sentido pelas viações e não está contabilizado neste aumento acumulado de 11% desde janeiro.

    Octávio Cunha ainda disse que um terço das empresas de ônibus do País está endividado e que a política de preços atual do diesel pode agravar a situação.

    “As empresas não têm como arcar com esses custos, diante do cenário de crise que país enfrenta e do alto índice de endividamento do setor de ônibus urbano. Pesquisa realizada com as empresas de ônibus urbano, revela que 33% das 1.800 empresas do setor estão endividadas.”

    O dirigente disse também que, além dos aumentos do diesel, o setor enfrenta outros problemas mais antigos que se agravaram nos últimos anos, como falta de prioridade ao transporte coletivo nos investimentos e no espaço urbano, perda de eficiência e diminuição no número de passageiros pagantes.

    “A tragédia anunciada não poupou as empresas, muito menos os passageiros. Ao contrário, o cidadão que depende do transporte coletivo para os deslocamentos diários passou a ser duplamente penalizado pela política equivocada do governo federal, que incentiva a propriedade e o uso de automóveis, provocando o crescimento vertiginoso dos congestionamentos urbanos. O resultado dessa perda de produtividade dos ônibus representa acréscimo de até 25% no preço das passagens. Este é o pior dos mundos para o sistema de transporte público do Brasil. É o passageiro tendo que arcar com custos altos e ainda conviver com deslocamentos precários, sem conforto e sem garantias de chegar aos compromissos em tempo hábil.”

    Cuinha ainda disse que a perda de passageiros, semente entre 2014 e 2017, foi de 20% em média no País.

    “O atual retrato do transporte coletivo forjou-se nas últimas décadas. Desde meados dos anos 1990 o setor vem perdendo qualidade e desempenho, resultado do incentivo ao transporte individual. Nos últimos anos a situação se agravou, com sucessivas perdas de demanda – da ordem de 20% no período de 2014 a 2017 – e o endividamento severo de mais de 30% das empresas, sendo que dez por cento delas já fecharam as portas, entre 2014 e 2016.”

    Adamo Bazani, jornalista especializado em transportes

  • Uso indevido do Transporte Público Coletivo: Um problema de todos

    23/04/2018 Categoria: Tarifa

    O uso indevido do transporte público coletivo é o termo que se usa quando uma pessoa utiliza o serviço sem efetuar o pagamento da tarifa, também pode ser entendido como fraude ou evasão de receita.

    Na Região Metropolitana de Goiânia isto é um problema grave e gera um prejuízo para as pessoas que usam o transporte público coletivo equivalente a menos 75 ônibus na operação, conforme pesquisa realizada em toda Rede Metropolitana de Goiânia, pelo RedeMob Consórcio no primeiro semestre de 2017.

    O uso indevido ou fraude, acontece quando as pessoas pulam ou passam por debaixo da catraca dos ônibus e dos terminais, adentram nos terminais e estações pelos acessos de veículos ou usam indevidamente os passes livres Sitpass: idoso, deficiente, criança, etc.

    Se não existisse o uso indevido, que corresponde cerca de R$ 26 milhões/ano, o serviço poderia ser melhorado cerca de 9% na oferta de viagens e lugares, ou seja, 30 mil viagens a mais e 2.700.000 lugares de incremento ao mês.

    O resultado poderia ser ainda muito pior, já que em 2016, antes da assunção pelo RedeMob Consórcio da gestão dos terminais e estações do Eixo Anhanguera, o uso indevido nestes locais estava próximo a 18%, hoje cerca de 1,4%. Veja índices da evasão no gráfico seguinte:

  • NTU dá números à crise do setor de transporte coletivo e afirma: “correção no valor das passagens é imprescindível”

    05/02/2018 Categoria: Tarifa

    “Empresas de ônibus precisam cobrir seus custos para seguir operando”, defende Associação 

    ALEXANDRE PELEGI

    Em nota encaminhada ao Diário do Transporte, a NTU – Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos, que representa as operadoras de ônibus urbanos e metropolitanos no país, afirma que, de acordo com o modelo atual, “a correção no valor das passagens é imprescindível para assegurar o equilíbrio financeiro dos contratos e para manter a prestação do serviço”.

    O presidente executivo da NTU, Otávio Cunha, dá números à crise do setor, acrescentando ainda que as empresas estão operando no limite da capacidade financeira.

    Cunha afirma que o endividamento médio do setor hoje corresponde a 33% do faturamento anual, segundo pesquisa realizada com 225 empresas em maio do ano passado. Outra consulta às entidades do setor revelou que 16 empresas entraram em falência e 40 fecharam as portas num período de três anos (2014/2016). No total, 56 deixaram de operar, o que representa cerca de 10% do universo de empresas associadas à NTU.

    “Hoje, esses números são bem mais elevados”, afirma o presidente da NTU.

    Mas além do impacto da crise econômica, que reduziu o número de passageiros, a NTU ressalta os elevados custos de mão de obra e de combustível. A queda de receita, portanto, foi agravada por dois fatores que se somaram: menos passageiros (com menos receita) e custos crescentes (mais despesas).

    No item despesas, os custos de mão de obra e de combustível representam 72% das despesas das empresas.

    DIESEL + MÃO DE OBRA: IMPACTO EXPLOSIVO

    MÃO DE OBRA: A NTU aporta dados que demonstram o custo crescente. No item ‘mão de obra’, a variação acumulada dos salários de motoristas e cobradores no período de janeiro a dezembro de 2017 foi de 5,2%, – ou 2,26% acima da inflação. Isso representa um impacto na tarifa de nove centavos, considerando a tarifa média das capitais de R$ 3,55. O gasto com os salários do setor responde por cerca de 50% do custo da operação, calcula a Associação.

    COMBUSTÍVEL: A NTU chama atenção para os recentes aumentos no preço do diesel em especial, insumo que tem impacto de 22% na composição dos custos da tarifa de ônibus. Citando dados do Instituto Brasileiros de Estatística e Geografia (IBGE), a Associação relata a variação acumulada do preço do óleo diesel de 8,35%, no período de janeiro a dezembro de 2017. Comparando com a tarifa média das capitais, o impacto tarifário do diesel seria de sete centavos.  Num horizonte mais largo de tempo, de 19 anos, a NTU aponta que o preço do diesel aumentou 239% a mais que o Índice de Preço ao Consumidor Amplo (IPCA), indicador que mede a inflação, e 192,5% acima do preço da gasolina. Para agravar ainda mais esse quadro de desequilíbrio, 2017 ficou marcado por duas medidas governamentais: aumento do PIS/COFINS sobre o diesel e a nova política flutuante de preços adotada no ano passado pela Petrobras. São atitudes que só farão agravar a disparidade.

    Combinando o aumento do diesel e da mão de obra, a NTU calcula um impacto médio de 4,5% ou 16 centavos no preço da tarifa média das capitais.

    Mas há outros custos que incidem na operação do sistema de transporte coletivo, e por conseguinte impactam diretamente no cálculo dos reajustes. São custos que variam muito de cidade a cidade, e que têm a ver com a defasagem tarifária acumulada em cada caso (reajustes previstos que não foram concedidos em anos anteriores) e, principalmente, a queda do número de passageiros do transporte público, que foi da ordem de 11,4% em termos nacionais, na comparação do primeiro semestre de 2016 com igual período de 2017.

    Otávio Cunha afirma que o cálculo de atualização do custo “leva em conta o número de passageiros transportados, esse é um dos critérios previstos nos contratos. Nosso Anuário, que há mais de 20 anos registra o desempenho do setor, vem mostrando a brutal queda de passageiros nos ônibus, o que só agrava esse quadro de crise no setor”.

    Na nota, a NTU esclarece que a definição do valor da passagem é uma decisão da administração municipal (ou estadual, no caso das linhas metropolitanas), uma prerrogativa do poder concedente e que as tarifas e critérios de correção, necessários em função do aumento dos custos de operação do serviço, estão definidos nos contratos de concessão do serviço.

    A NTU lembra que, como cabe às operadoras arcarem praticamente sozinhas com os custos, há riscos para o sistema diante da pressão dos usuários para que não haja reajuste de tarifa. E alerta que situações assim podem levar ao rompimento dos contratos e ao comprometimento da continuidade da prestação do serviço, dada a incapacidade das empresas de enfrentar os custos crescentes da operação.

    A Associação, no entanto, defende o cumprimento dos contratos para que os custos da prestação dos serviços possam ser corrigidos na mesma proporção dos aumentos de insumos e de outros itens que impactam na composição da tarifa, mas entende que o passageiro não deve ser o único a arcar com esse ônus, por meio da tarifa.

    Como retomar o equilíbrio econômico-financeiro e ao mesmo tempo não prejudicar o usuário do sistema penalizando-o com uma tarifa alta?

    O setor afirma que o equilíbrio pode ser alcançado por outros meios, como desonerações e fontes não tarifárias, inclusive para cobrir o custo das gratuidades para estudantes, idosos e outros grupos, atualmente cobertas pelos usuários pagantes.

    “Precisamos mudar a lógica atual e adotar políticas públicas que efetivamente priorizem o transporte público. Enquanto não existir essa priorização, o passageiro continuará sendo o maior prejudicado”, alerta o presidente da NTU, Otávio Cunha.

    Números do setor de transporte público por ônibus

    Impacto da crise econômica no setor

    33% – endividamento médio do setor

    40 empresas fecharam nos últimos três anos

    56 empresas deixaram de operar

    Indicadores que impactam os reajustes tarifários

    50% das despesas das empresas equivalem à gastos com mão de obra (salários)

    22% das despesas das empresas equivalem à gastos com combustível (diesel)

    5,2% – variação acumulada dos salários de motoristas e cobradores no período de janeiro a dezembro de 2017

    R$ 3,55  tarifa média das capitais

    R$ 0,09 centavos – impacto na tarifa média decorrente do aumento dos salários dos motoristas

    8,35% – variação acumulada do preço do óleo diesel, no período de janeiro a dezembro de 2017

    R$ 0,07 centavos – impacto na tarifa média decorrente do aumento do diesel

    R$ 0,16 centavos – impacto do diesel e da mão de obra no preço da tarifa média das capitais

    Impacto da queda de passageiros no custo das tarifas

    11,4% – queda do número de passageiros no transporte público na comparação janeiro a junho 2016 com igual período de 2017

  • Ônibus mais caro em Atibaia a partir de hoje: tarifa sobe de R$ 3,70 para R$ 4

    01/02/2018 Categoria: Tarifa

    Desde esta quinta-feira, 1º de fevereiro, novo valor já está valendo nos ônibus municipais; é o segundo reajuste em 3 meses

    ALEXANDRE PELEGI

    A tarifa de ônibus em Atibaia está mais cara a partir desta quinta-feira, dia 1º de fevereiro de 2018. Conforme publicado em decreto da Prefeitura no Diário Oficial do último dia 24 de janeiro, a tarifa passou de R$ 3,70 para R$ 4,00, reajuste de 8,1%.

    O último aumento havia sido autorizado em outubro de 2017, e elevou o valor de R$ 3,60 para R$ 3,70.

    Desde 1º de abril de 2017, o serviço de transporte na cidade vem sendo oferecido pala Sancetur – Santa Cecília Turismo, que substituiu a Viação Atibaia – São Paulo. Os novos ônibus passaram a circular com a logomarca “SOU ATIBAIA” – referência ao nome do novo sistema de transporte urbano, “Sistema de Ônibus Urbano de Atibaia”.

    Segundo a prefeitura, desde essa data o serviço passou a ser prestado por meio de um contrato emergencial, válido por 180 dias (até setembro de 2017).

    Foto: Bruno Aparecido Machado (Ônibus Brasil)

    A empresa (com o nome SOU Atibaia) venceu a licitação realizada em 2017, e assumiu formalmente a concessão pelo prazo de dez anos, que podem ser prorrogados.

    A prefeitura justificou o aumento no texto do decreto, segundo ela para “zelar pela continuidade da prestação de serviços de transporte coletivo na cidade, para garantir ao usuário o serviço adequado”.

    Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

  • Guarulhos aumenta passagem de ônibus para até R$ 4,70

    01/02/2018 Categoria: Tarifa

    Usuário do Bilhete único pagará R$ 4,30. Novas tarifas valem a partir desta quinta-feira (1º)

    ALEXANDRE PELEGI

    A cidade de Guarulhos, na Região metropolitana de SP, anunciou nesta quarta-feira (31) o novo valor da tarifa do transporte público municipal.

    A partir de amanhã, quinta-feira (1 de fevereiro), os usuários do sistema municipal de transporte coletivo pagarão mais caro, mas em duas versões: para quem usa o sistema de bilhetagem eletrônica, a tarifa passa para R$ 4,30; já quem paga a passagem em dinheiro ou vale-transporte, o novo valor será de R$ 4,70.

    A diferença nos valores da nova tarifa, segundo a prefeitura de Guarulhos, objetiva reduzir a circulação de dinheiro dentro dos ônibus. A prefeitura informa ainda que apenas 13% dos passageiros não utilizam o Bilhete Único.

    Foto: Elias Roberto Alves

    Atualmente a tarifa custa R$ 4,15, desde janeiro de 2017. À época o ex-prefeito Sebastião Almeida, que deixou a administração em dezembro de 2016, reajustara a tarifa para R$ 4,50, reajuste de 18% diante dos R$ 3,80 cobrados desde 2016. O novo prefeito Guti (PSB) revogou a decisão de seu antecessor, reduzindo o valor para R$ 4,15, que passou a vigorar em 20 de janeiro de 2017.

    Alexandre Pelegi, jornalista especializado em transportes

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