• Projeto estimula hábito de leitura em terminais e pontos de ônibus

    25/10/2012 Categoria: Novidades da Rede, Projetos e ações

    Projeto pioneiro em Goiânia pretende estimular o hábito da leitura através de livros esquecidos de propósito em locais públicos, como terminais e pontos de ônibus.

    Responda rápido: qual foi o último livro que você leu e há quanto tempo? Se você é um leitor assíduo e respondeu que terminou um livro na semana passada, saiba que é uma exceção. Levantamento divulgado no mês de março pelo Instituto Pró-Livro, em parceria com o Ibope Inteligência, mostrou que apenas 50% da população brasileira têm o hábito de ler.

    “Se Maomé não vai à montanha, a montanha vai a Maomé”. Foi assim que o administrador Magno Pereira pensou ao implantar em Goiânia o projeto “Leia-me e passe para frente” que começou no mês passado, mas já está dando resultado. A causa é nobre, mas a ideia é bem simples: colocar livros em locais públicos, como se tivessem sido esquecidos, com o objetivo de despertar o interesse dos goianienses pela leitura.

    Entre os locais escolhidos, estão os pontos e terminais de ônibus da Região Metropolitana de Goiânia, devido à grande circulação de pessoas. “As pessoas descem e sobem o tempo todo, a circulação é muito grande. Por isso, achei que seria um local interessante”, explica Magno Pereira. “Normalmente, o usuário do transporte coletivo chega ao ponto de ônibus e aguarda alguns minutos pelo veículo. É neste momento de espera que ele percebe o livro esquecido e tem a curiosidade de saber do que se trata” complementa.

    Tal qual funciona nas bibliotecas, o leitor precisa “devolver” o livro emprestado. Mas a diferença é que ele não devolve para o dono, e sim coloca em outro lugar público, para que uma próxima pessoa se interesse pelo exemplar e o pegue para leitura. Toda essa orientação é descrita em uma carta, colocada dentro de cada livro “esquecido” pelos locais públicos de Goiânia.

    “Descobri na internet que iniciativas como essa existem nos Estados Unidos e em outros estados brasileiros. Então resolvi, por conta própria, implantar aqui na capital” explica o administrador. Implantado há apenas um mês, o projeto já tem retorno. “Recebi várias ligações, emails e mensagens de texto de pessoas que pegaram nossos livros, parabenizando a iniciativa”, complementa Magno.

    Todos são bem-vindos

    O administrador começou distribuindo livros do acervo pessoal, mas logo criou uma página na rede social Facebook e passou a receber doações. Todo e qualquer tipo de livro é bem-vindo, até os mais técnicos. Magno explica que escolhe o local onde o livro vai ser deixado de acordo com a temática.

    “Costumo deixar livros infantis e infanto juvenis em locais onde há grande movimentação de crianças, como os parques Areião e Flamboyant. Minha expectativa é que os pais que estão com os filhos encontrem estes exemplares” esclarece. Ele também já deixou livros de administração no hall de um congresso para executivos e livros de inglês na recepção de uma escola de línguas de Goiânia.

    Pesquisa

    Levantamento divulgado pelo Instituto Pró-Livro mostrou que apenas 50% da população brasileira têm o hábito de ler. Desse percentual, metade não lê por falta de tempo e 1/3 simplesmente não possui interesse. Apenas 26% dos entrevistados terminaram um livro nos últimos três meses. E a falta de bibliotecas não é desculpa: 67% sabem da existência de uma biblioteca em sua cidade.

    As doações de livros para o projeto podem ser feitas pela página do Facebook: Leia-me e Passe para Frente.

    Carta contracapa "Leia-me e Pesse para Frente"Etiqueta CapaEtiqueta Capa

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