• SET DEFENDE VACINAÇÃO, MAS RECHAÇA A IDEIA DE PARALISAÇÃO DO SERVIÇO

    08/04/2021 Categoria: Esclarecimentos

    Greve neste momento vai prejudicar os serviços mais essenciais como saúde e alimentação

    Diante do indicativo de greve publicado pelo SINDCOLETIVO para a zero hora desta sexta-feira, que pleiteiam a vacina contra Covid-19, o Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo da Região Metropolitana de Goiânia (SET) manifesta que é totalmente a favor da vacinação dos trabalhadores do transporte público coletivo, mas que a paralisação do serviço não é a solução, pelo contrário, trata-se de uma ação ruim para toda a população na região metropolitana de Goiânia.

    “Paralisar o transporte público neste momento será muito danoso para as cidades atendidas pela RMTC – Rede Metropolitana de Transportes Coletivos, e para a manutenção dos serviços essenciais, em especial os setores de saúde e alimentação, que correspondem a 55% de todos clientes que fizeram o cadastro no Embarque Prioritário”, avalia Alessandro Moura, vice-presidente do SET. E acrescenta que “vivemos um momento crítico, e é lamentável o uso político que está sendo feito por parte do sindicato dos trabalhadores com essa reivindicação, pois mesmo sendo a vacinação justa e apoiada e defendida pelo SET, a solução requer sensatez para buscar o pleito”.

    Alessandro explica que todas as vacinas estão sendo distribuídas a partir do Plano Nacional de Imunização definido pelo Ministério da Saúde, que fez, inclusive a definição para as prioridades na vacinação.

    A manutenção do transporte público é fundamental para que se mantenha os serviços essenciais funcionando. Como exemplo deste direito constitucional, o Supremo Tribunal Federal (STF), negou o recurso do Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR) para suspender a circulação dos ônibus do transporte público em Curitiba.  Na noite desta quarta-feira (7), o presidente do STF, ministro Luiz Fux, julgou improcedente o pedido de suspensão da decisão do TJ. “Portanto, todos temos que trabalhar para manter o serviço em operação, dando sua contribuição para a manutenção da mobilidade e da vida de cada cidadão, mesmo tendo que assumir alguns riscos”, sentencia Alessandro Moura. 

    Vale ressaltar que o transporte publico coletivo nunca se configurou como vetor de transmissão. Pesquisas atestam que o ambiente do transporte coletivo não é o principal vetor de transmissão. Muito pelo contrário, os índices relacionados à contaminação dos profissionais do setor estão menores que a média das cidades. Como exemplo, o número de óbitos de motoristas, dos 2.462 que atuam na RMTC, 10 faleceram em virtude da covid-19, ou seja 0,41% do total de profissionais, desses, 3 pertenciam ao grupo de risco e estavam afastados desde o início da pandemia.  Em Goiás o índice de letalidade da doença desde o seu início no estado está 2,47%. “Lamentamos profundamente sobre cada profissional que fica contaminado ou morre em decorrência da COVID-19. Isto deixa todos nós muito triste. Desejamos que todos sejam vacinados o mais breve possível, mas por outro lado sabemos o quanto é complexa toda solução que envolve o governo federal”, diz Alessandro Moura.

    Operação desta sexta está mantida para as empresas

    A programação operacional está pronta para o dia de amanhã e a expectativa é que funcione 100% com a frota programada, a frota extra e a reserva técnica possível de rodar. “A grande maioria dos profissionais que atuam na rede metropolitana de transporte público coletivo na grande Goiânia não querem fazer greve e entendem a importância de manter o serviço funcionando. Todas as concessionárias estão preparadas para funcionarem normalmente amanhã”, conclui Alessandro Moura, vice-presidente do SET.

    Transporte público não é vetor de contaminação

    Pesquisadores da Universidade de Stanford, na Califórnia, criaram um modelo que sugere os lugares onde há mais chances de alguém se infectar com o novo coronavírus. Indicaram que restaurantes e academias são os lugares com maior chance de transmissão entre pessoas sem máscara e os ônibus urbanos nem sequer foram citados no levantamento. O artigo foi publicado no início de novembro (10), na revista científica “Nature”, uma das mais importantes do mundo.

    A participação em eventos pode ser perigosa dependendo da ventilação e de comportamentos comuns em festas e reuniões como conversar e cantar, foi o que apontou um outro estudo feito pelo Instituto de Tecnologia de Massachusetts, nos Estados Unidos, e pela Universidade de Oxford, na Inglaterra. O artigo original que foi publicado recentemente no periódico de saúde The BMJ, diz que nem o uso de máscara protege se o espaço de um evento for fechado e mal ventilado e, nestes casos, o risco de contaminação é classificado como alto.

    Publicação feita na última semana (13) em um jornal sueco afirma ainda que há risco “mínimo” de contrair o vírus em trens e ônibus na Finlândia. O jornal relatou que nenhum caso de coronavírus foi rastreado até o transporte local ou de longa distância, de acordo com as ferrovias estaduais VR e Helsinki Region Transport (HSL). O estudo também utilizou dados da Associação Internacional de Transporte Público (UITP). Vale ressaltar que, segundo a mesma publicação, o volume atual de passageiros metropolitana de Helsinque é 40% por cento menor do que há um ano.

    Dados e estudos nacionais

    Os sistemas de transportes públicos urbanos por ônibus de 171 municípios brasileiros foram analisados para estabelecer uma relação entre o uso do transporte coletivo e a incidência de casos confirmados de Covid-19 e a conclusão é de que não há evidencias para atribuir ao transporte coletivo o foco de contágio e disseminação do novo vírus. O estudo foi divulgado, em setembro, pela Associação Nacional das Empresas de Transportes Urbanos (NTU).

    Um exemplo citado neste levantamento da NTU foi o sistema de transporte coletivo urbano de Teresina (PI), onde a quantidade de viagens realizadas nos ônibus sofreu forte queda nas sete primeiras semanas de pandemia, seguido por quase um mês de greve dos rodoviários e, justamente nesses períodos, observou-se um aumento expressivo dos casos confirmados de contaminação. A posterior normalização dos serviços de transporte coletivo coincidiu com a redução da incidência da Covid-19.

    Renovação de ar em ônibus é 63% maior

    De acordo com estudos da Universidade de Caxias do Sul e da empresa Marcopolo, os ônibus com as janelas abertas têm renovação de ar de até 63% maior que a exigida em supermercados, agências bancárias e aeroportos. Quando em movimento, essa renovação do ar excede em mais de 60% os limites estabelecidos pela ABNT. O cuidado com a ventilação foi uma das 12 medidas incluídas no Protocolo Transporte Seguro e adotadas em Goiânia e região metropolitana para garantir viagens mais seguras neste período de pandemia.

    Sindicato das Empresas de Transporte Coletivo e Passageiros de Goiânia e Região Metropolitana (SET)