• Motorista: o amor pela profissão

    25/07/2018 Categoria: Por dentro da Rede

    O Dia do Motorista é comemorado anualmente em 25 de julho. Esta data é uma homenagem aos profissionais que trabalham atrás do volante, seja transportando mercadorias ou pessoas por diversos lugares do país. No caso do transporte público, além de viabilizar que milhões de pessoas possam se locomover no dia-a-dia em busca de seus objetivos, são muitos os que escolheram a profissão por paixão e não trocariam por outra.

    O senhor Eurípedes Moreira Godoi, de 62 anos, dedicou metade da sua vida para o ofício. Ele é motorista de ônibus da empresa HP há 32 anos e não se arrepende da profissão que escolheu. Para Eurípedes, levar as pessoas aos seus destinos é uma realização pessoal. Sua dedicação sempre foi motivo de orgulho para toda a família, principalmente para o filho, Ricardo Gomes Godoi, de 39. Diferente de Eurípedes, Ricardo já trabalhou como metalúrgico e frentista, mas se realizou na mesma profissão do pai, motorista. Há cinco anos Ricardo trabalha na mesma empresa que o senhor Godoi.

    Para o motorista da Cootego, Ediel Francisco, de 64 anos, a profissão não foi somente uma forma de sustento, mas uma maneira de realizar seu sonho: ver a sobrinha, de quem cuida desde pequena, formada. Há 15 anos como motorista na Cootego, seu Ediel conseguiu pagar os estudos da Júlia Caranzano, de 21 anos, em colégios particulares e agora tem o prazer de ver a sobrinha cursar a faculdade de direito na PUC Goiás. “Poder proporcionar isso pra ela é tudo pra mim, minha luta é por ela” diz o motorista, que ama a profissão e exerce desde os 19 anos.

    Mas a profissão não é exclusivamente masculina. Vanezia de Araújo trabalhava com vendas mas sempre demonstrou interesse em conduzir grandes veículos. “Olhava para os ônibus e falava que um dia dirigiria”, diz ela. Há aproximadamente 3 anos fez um teste em uma empresa de transportes e, com sucesso, passou. Ali começava sua trajetória, num ambiente pouco convencional para mulheres. Hoje em dia compõe a equipe de motoristas da Metrobus dirigindo ônibus do Eixo Anhanguera. Uma responsabilidade grande conduzir aproximadamente 200 pessoas por veículo, em horários de pico, mas que não intimida Vanezia. “No começo eu ficava muito apreensiva. Mas gosto do que eu faço e isso faz toda a diferença” comenta.

    A história da Elzileide Gustavo é parecida. Ela sempre teve o sonho de ser motorista mas não sabia por onde começar em uma profissão dominada em sua maioria por homens. Começou como motorista de van, depois conquistou a habilitação para conduzir veículos grandes. Dois anos depois, finalmente conseguiu realizar seu desejo e hoje é uma das motoristas da Viação Reunidas. “É raro uma mulher no volante, por isso as pessoas admiram. As crianças, principalmente, ficam muito encantadas” diz Elzileida. “Quando nos vêem mandam beijo, dão tchau, se divertem” afirma ela, que conclui dizendo ser realizada com o que faz. “Nasci pra isso!”.

    Para os motoristas da empresa Rápido Araguaia, João Paulo de Sousa Morais, de 42 anos, e Pollyanna Rodrigues de Araújo Morais, de 34, a profissão de motorista de ônibus, além de realização profissional, foi também uma maneira de se ajudarem na criação dos dois filhos do casal. João Paulo retomou a profissão de motorista em 2014 após ficar 10 anos no exterior. Já Pollyanna, que trabalhava como vendedora, disse que viu na profissão uma maneira de dividir com o marido os cuidados com os filhos. Ele trabalha pela manhã e ela a tarde, assim, um dos dois está sempre em casa na companhia dos filhos. E quando questionada se gosta da profissão, Pollyana é categórica: “gosto não, amo” diz ela.